Projetos para o rio Tietê

PROJETO TIETÊ - FASE I

A realização do diagnóstico da Cetesb, no início da década de 90, permitiu elencar as principais fontes geradoras das cargas orgânicas e inorgânicas e, desta forma, foi possível priorizar as principais fontes de poluição, selecionando-se as 1.250 empresas responsáveis pela emissão de 80 a 90% da poluição industrial na bacia.

O Projeto de Despoluição do Rio Tietê - Fase I, foi estabelecido pelo Governo do Estado de São Paulo, com recursos do financiamento obtido junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, com o objetivo de diminuir progressivamente e drasticamente a carga poluidora gerada na Região metropolitana de São Paulo.

A metodologia de controle adotada pela Cetesb iniciou-se com a solicitação de planos de controles dos efluentes líquidos gerados pelas empresas; seguida da análise e aprovação destes planos e posteriormente pelo acompanhamento, pelos técnicos da Cetesb, da implantação dos sistemas de tratamentos aprovados. Entre as 1.250 empresas selecionadas, 95% delas estavam localizadas em áreas com previsão de atendimento por sistemas públicos de esgotos.

Em agosto de 1995, a Fase I do Programa de Despoluição do Rio Tietê foi considerada cumprida, quando 1168 indústrias atendiam aos padrões legais de emissão, havendo uma redução na carga inorgânica de 3,5 toneladas por dia, bem como uma redução de 219 toneladas de DBO por dia, nas emissões das indústrias.

As atividades de controle da poluição industrial tiveram continuidade por intermédio de inspeções e amostragens periódicas e, em dezembro de 1998, verificou-se que 99,1% das indústrias tinham implantado os controle necessários e verificou-se o atendimento aos padrões legais de emissão, constatando-se a redução de 78% da carga inorgânica remanescente e da diminuição de cerca de 64% na emissão remanescente da carga orgânica das indústrias incluídas na Fase I do Programa de Despoluição do Rio Tietê.

Das cincos ETEs da SABESP, apenas duas encontravam se em operação até meados de 1998, as ETEs de Barueri e de Suzano e somente em fins de 1998 iniciou-se efetivamente a operação das outras três ETEs: ABC, Parque Novo Mundo e São Miguel.

OBJETIVO

O Projeto Tietê objetiva melhorar de forma gradativa a qualidade das águas da bacia do Alto Tietê e Represa Billings.
O Programa de Despoluição Industrial, parte do Projeto Tietê, visou, em sua primeira etapa, controlar e manter sob controle os despejos das 1.250 empresas incluídas no Projeto, através da implementação dos projetos relacionados no Quadro 1.

QUADRO 1. PROGRAMA DE DESPOLUIÇÃO INDUSTRIAL - PROJETOS

* PROJETO 1.Controle das fontes prioritárias de poluição das águas.
* PROJETO 2.Capacitação Técnica do corpo operacional da Cetesb.
* PROJETO 3.Implantação de um sistema integrado de processamento de dados.
* PROJETO 4.Adequação da infra-estrutura da Cetesb.


Esse programa previu a geração dos seguintes produtos:

1.Eliminação de cerca de 85% da carga inorgânica de origem industrial que era despejada na bacia do Alto Tietê.

2.Controle sobre a carga orgânica gerada pelas indústrias, obtido pelo enquadramento dos efluentes líquidos nos parâmetros de emissão estabelecidos.

3.Controle dos resíduos gerados pelos sistemas de tratamento de águas residuárias implantados nas indústrias do programa.

4.Capacitação técnica e o aperfeiçoamento do corpo operacional da Cetesb, direta ou indiretamente ligado ao programa de despoluição industrial.

5.Aumento na eficiência das ações de controle, pela informatização dos procedimentos técnicos e administrativos.

6.Provimento de uma infra-estrutura de comunicação, de transportes e de instalações compatível com as necessidades da Cetesb.

PROJETO TIETÊ - FASE II

A Cetesb apresentará ao BID, em julho de 2008 o Relatório Final com as informações sobre a metodologia e as práticas desenvolvidas para o controle da poluição industrial das Empresas da Região Metropolitana de São Paulo. Este relatório terá como objetivo apresentar os procedimentos adotados para o restante do universo dos empreendimentos passíveis do licenciamento e da fiscalização da Cetesb, a obtenção do enquadramento de seus efluentes líquidos nos padrões da legislação, e o estabelecimento de metas de desempenho para os empreendimentos de maior potencial poluidor. Dentre as melhorias ambientais incluem-se a possibilidade de interligação aos Sistemas Públicos de Esgotos, ou a implantação de Estação de Tratamento de Efluentes, para as empresas que estão em localidade sem previsão de implantação de Sistemas Públicos de Esgotos.

Os 4 Trechos do rio Tietê

Alto Tietê

Das nascentes até a cidade de Pirapora do Bom Jesus, com aproximadamente 250Km de extensão e 350m de desnível.

O Alto Tietê percorre em região de grande aglomeração populacional, tendo suas condições naturais intensamente modificadas pela ação humana; no trecho superior, corre ainda em corrente livre, correspondendo a região de cabeceira, tem larguras e profundidades reduzidas e elevada sinuosidade. No município de Mogi, já apresenta largura considerável e profundidades que ultrapassam, no período de estiagem, mais de 1,5m em média. No estirão metropolitano de São Paulo, o rio encontra-se com leito artificial, numa extensão de 26Km, em um canal com largura de 45m, largura esta aumentada para 56m após a confluência com o rio Tamanduateí; a profundidade normal do canal é de 5,7m.



À jusante do município da capital, numa pequena extensão corre o rio Tietê em corrente livre, com leito irregular, Em seguida, o curso d'água encontra-se represado por duas barragens, provida à de montante, de estação de bombeamento que inverte o sentido de escoamento das águas para o canal do rio Pinheiros, por onde é desviada quase toda da vazão natural.

Médio Tietê superior

Da cidade de Bom Jesus de Pirapora à cidade de Laras, onde atinge o remanso da barragem de Barra Bonita, tem 260Km de extensão e 218m de desnível. Abrange também dois subtrechos bem diferenciados: o de montante que vai da barragem de Pirapora até o Salto de Itu, em que o pouco as águas restantes após o bombeamento para a reversão de Cubatão desce abruptamente cerca de 150m em 80Km de percurso; corre o rio encachoeirado, entre gargantas e margens profundas, que em alguns pontos forma verdadeiros canions.

No trecho encachoeirado, entre Pirapora e Itu, como as vazões são reduzidas em estiagem a pouco mais de 1m3/s, as profundidades são extremamente baixas: o leito é rochoso, existindo numerosos saltos de pequena altura de queda livre. A declividade média nestes 80Km ultrapassa 2m/Km. Há, no trecho, pequenas barragens para produção de energia, consumida por particulares no local.



No subtrecho seguinte, o rio corre suavemente entre colinas elevadas e numerosas curvas, sem obstáculos de maiores proporções além de diversas corredeiras. A profundidade média no trecho entre Salto de Itu e Laras é da ordem de 2m, em estiagem normal, caindo em alguns estirões, a menos de 1,0m. As larguras neste mesmo estirão estão compreendidas entre 70 e 150m. O leito é bem sinuoso, com 4 ou 5 grandes meandros de fortes curvaturas.

A declividade média do Médio Tietê Superior é de 87cm/Km, sendo reduzida a 20cm/Km, entre o Salto do Itu e Laras. A bacia que este trecho drena é de 9.920Km2, estando localizada na mesma, algumas cidades importantes como Jundiaí e Sorocaba.

Médio Tietê Inferior

Da cidade da Laras até a corredeira de Laje. Encontra-se praticamente todo canalizado, por uma série de barragens de aproveitamento múltiplo. Quando o rio corria livremente, era atravessado por numerosas corredeiras originadas pelo cruzamento de diversos travessões basálticos, não havendo, porém, nenhuma grande queda no trecho.

A largura do Médio Tietê, oscilava então em torno de 150m e suas profundidades médias em estiagens era da ordem de 2m, exceto nos travessões rochosos, onde baixavam, por vezes em longos estirões, a menos de 0,5m; a declividade média do rio, entre a cidade de Laras e a corredeira de laje era de cerca de 23,5cm/Km, valor bastante baixo, sobretudo considerando-se a existência dos rápidos referidos.

A área drenada pelo Médio Tietê e de 42.277Km2, havendo na sua bacia numerosas cidades importantes, entre as quais: Americana, Araraquara, Bauru, Botucatu, Campinas, Jaú, Limeira, Lins Piracicaba, Rio Claro e São Carlos.

O principal afluente do Médio Tietê é o rio Piracicaba, com 185Km de extensão desde a confluência de seus formadores o rio Jaguari e Atibaia. No baixo rio Piracicaba as larguras variam de 30 a 50m e a profundidade média entre 1,5 e 2,0m. Em seu estirão de jusante tem suas águas represadas pela barragem de Barra Bonita, atingindo o remanso, com o reservatório cheio, a ponte da SP-191 em Santa Maria da Serra, a cerca de 60Km da foz.

Baixo Tietê

Da corredeira de Laje até a foz no rio Paraná, com 240km de extensão e 98m desnível.

Apresenta fraca sinuosidade, larguras consideráveis, que vão de 150m a mais de 300m. É cortado por duas grandes cachoeiras: salto de Avanhandava, com 19m de queda, no Km 210 e o salto de Itapura, próximo a desembocadura e afogado pela barragem de Jupiá, no rio Paraná. A declividade média do trecho é de 42cm/Km, sendo que à jusante do salto Avanhandava baixa a menos de 23cm/Km.

O Baixo Tietê drena uma área de 13.646Km, em sua bacia contribuinte há apenas uma cidade de maior importância: Andradina.

O rio Tietê é atualmente navegável no trecho do remanso da barragem de Jupiá (40Km) e no trecho entre a barragem de Nova Avanhandava e do remanso da barragem de Barra Bonita, formando um estirão contínuo de 443Km de extensão já em utilização.



A hidrovia Tietê-Paraná oferece condições técnicas de navegação comparáveis às hidrovias internacionais. Os gabaritos adotados nas obras e canais de navegação são similares ou, até mesmo em alguns casos, mais favoráveis do que os de hidrovias estrangeiras que já apresentam tráfego intenso. É o caso, por exemplo, do Alto Sena, na França, que movimenta 16 milhões t/ano ou o rio Escaut na Bélgica, cujo transporte atinge 8 milhões t/ano. O canal do norte, na França, interligando a bacia do Sena com as regiões de Lille e Dunquerque, concluído no final da década de 60, tem eclusas com apenas 6,0m de largura e 90,0m de comprimento, apenas 30% da área das eclusas do rio Tietê.

As obras de canalização do rios Tietê e Paraná foram, na maior parte, realizadas sem previsão de utilização imediata da hidrovia.

Estudos comprovaram que os comboios de empurra, sistema criado pelos norte-americanos, oferecem vantagens econômicas. Daí a necessidade de adaptar as eclusas do rio Tietê, projetadas na década de 50 de acordo com a navegação européia, onde se utilizam embarcações isoladas.

Os comboios-empurra exigem alguns requisitos particulares como construção de muros guias retilíneos alinhados com os muros de ala das eclusas, certa altura livre sobre o nível de água e raios de curvatura do canal de navegação compatíveis com seu comprimento.

Para o rio Tietê, onde a navegação está sendo implantada, o ideal será preparar a via para o sistema de comboios como já vem sendo feito no Alto Paraná. Por essa razão foi adotada como embarcação-tipo, um comboio de empurra com dimensões máximas compatíveis com as das câmaras das eclusas concluídas.

Curiosidades

* Piratininga = peixe secado.

* Em 1560 já existia o eixo Tamanduateí - Tietê para o interior.

* Em 1849 , com a retificação do Tamanduateí acabou a navegação.

* No final do século 19 começo do séc 20 , era retirado barro do Tietê para a feitura de tijolos que construíam as casas e prédios na cidade de São Paulo, os tijolos eram armazenados nas margens.

* Meados do séc 19 , começa a canalização de água em São Paulo, pela Cia Cantareira de Água e Esgoto.

* Os eixos ferroviários obriga a cidade a cruzar os rios.

* No meio da Av. 9 de Julho passa o Reuno, que hoje está canalizado.

* Em 1894 começa a construção dos reservatórios urbanos, em 1897 começa a explosão da cidade, é o primeiro ciclo de industrialização e grandes loteamentos.

* Como o crescimento da cidade é muito grande , se fez necessário que os reservatórios sejam construídos mais longe, as passagens de canos se torna cada vez maior.

* Saturnino de Brito coloca o Tietê como manancial da cidade, mas não aceitaram, isso no início do séc. 20.

* Em 1929, reversão do Pinheiros para gerar energia.

* Em 1930, grandes jazidas de areia nas margens do Tietê, areia que vem de Itaquaquecetuba para as construções em São Paulo.

* O Rio Tietê foi o último a ser retificado, na zona norte existiam depósitos de lixo, isso em 1950.

* A capital produz de 12 a 15 mil toneladas de lixo ao dia.

* Em 1960 as jazidas de areia em São Paulo estão esgotadas, em 1969 , após a retificação, as marginais são inauguradas.

* Serra do Mar e Serra da Cantareira são os nossos 2 mananciais.

* Rio Pinheiros , acumula água na Billings, e gera energia na usina Borba.

* Desde 1920 estão previstas a construção de coletores de esgoto, mas demoram décadas para se fazer.

* O que prevaleceu em São Paulo, foi o interesse econômico, aqui era um espaço hídrico, área de inundação; em 1926 , Saturnino de Brito avisava, que se houvesse valorização das terras nós acabaríamos ocupando as terras dos Rios.

* Estudos mostram que o solo do Tietê está contaminados com Ferro, Alumínio e Manganês, pode passar 100 anos que não vai ficar despoluído, tem que se retirar 2,5m do fundo do rio para limpá-lo.

* Os EUA gastaram 420 bilhões de dólares nos últimos 20 anos para tratar 100% do seu esgoto.

* Nós produzimos 62 m3 de esgoto por segundo e a vazão do Tietê na saída de São Paulo é de 50 m3 por segundo, insuficiente para diluir toda o esgoto produzido.

* No final da limpeza do Tietê , 120 mil carcaças de pneus serão retirados.

* Para atender ao crescimento da cidade/população temos que aumentar a produção de água em 2 m3 por segundo ao ano.

* A capital produz de 12 a 15 mil toneladas de lixo ao dia.

Informações detalhadas do Rio Tietê


(Trajeto do Rio Tietê: da nascente até onde ele deságua)


O rio Tietê é o mais tradicional curso d'água do estado de São Paulo, não só por cortar sua capital, como também por atravessar, praticamente, todo o território paulista, desde os contrafortes da Serra do Mar até o rio Paraná, extremo oeste do estado. Nasce no município paulista de Salesópolis, nos contrafortes da Serra do Mar, aproximadamente na cota 1.120m acima do nível do mar. Embora nascendo a menos de 22Km de distância, em linha reta do oceano suas águas percorrem mais de 3,7mil Km antes de serem lançadas ao estuário do Prata, através do rio Paraná. Devido às obras de reversão, as águas de cabeceira são desviadas diretamente para o mar, gerando grande quantidade de energia nas usinas de Cubatão. Desemboca o rio Tietê no Alto Paraná, pouco à jusante do salto de Urubupungá, afogado pela barragem de Jupiá, que represa também as águas do Tietê nos seus últimos quilômetros de percurso, na cota aproximada de 220 m. O comprimento total do rio é de 1,15m mil Km e seu desnível entre a desembocadura e as cabeceiras de pouco mais de 860m o que dá uma declividade média global de 74cm/Km. O grande desnível de seu curso tem sido aproveitado para construção de várias barragens destinadas à produção de energia hidrelétrica. A declividade do leito do rio Tietê é bastante variável, dependendo da natureza e características dos terrenos atravessados. No primeiro trecho, na Serra do Mar, ela é muito acentuada, reduzindo-se sensivelmente, à medida que o rio se aproxima do planalto paulistano; considerando-se unicamente o trecho à jusante da capital de São Paulo, até a desembocadura, a declividade média total baixa a menos de 50cm/Km; no trecho encachoeirado entre o fim da canalização do rio, no município de São Paulo até Salto de Itu, num percurso de cerca de 80Km, a declividade aumenta novamente atingindo cerca de 200cm/Km. Daí em diante, a declividade média cai a 30cm/Km.

História do Rio













(Foto tirada em 1926, época em que pessoas
nadavam, navegavam e pescavam no
Rio Tietê)


O nosso Rio Tietê, segundo pesquisas, tem entre 10 e 15 milhões de anos, com 1136 km ele corta todo o Estado de São Paulo, até chegar no rio Paraná, na divisa com Mato Grosso do Sul. Os índios o chamavam de Anhembi, mas ele ficou famoso como Tietê, o rio das conquistas, o caminho dos Bandeirantes nos séculos XVI - XVII.

O Tietê nasce em Salesópolis a 22 km do Oceano Atlântico, mas corre para dentro do nosso Estado, por isso foi muito utilizado como estrada de acesso por índios, bandeirantes e religiosos, que necessitavam chegar as vilas que cresciam a beira do rio. Segundo conta a história, os Jesuítas navegavam entre os rios Tietê, Tamanduateí e o Pinheiros (Jeribatiba na época) para que pudessem chegar nos pontos mais distantes da jovem cidade.
Os Bandeirantes atravessavam todo o Estado pelo Rio Tietê até chegarem no rio Paraná alcançando desta forma a região sul do nosso País desbravando terras e dando ao nosso País o formato que hoje conhecemos.

Em 1700 já há relatos de exploração de ouro e ferro em São Paulo, causando variações na cor das águas do Tietê, já na metade do século XVIII a exploração da cultura do açúcar provocava o desmatamento das margens do rio.

Em 1900 já existiam mais de 150 empresas jogando lixo no Tietê, como resultado, em 1970 o índice de oxigênio na água é zero, há apenas mau cheiro, moscas e espumas no Tietê.